sexta-feira, 1 de maio de 2009

Um trabalhador forte

"Academia Brasileira de Letras lança Prêmio Euclides da Cunha A Academia Brasileira de Letras acaba de instituir o Prêmio Euclides da Cunha, a ser atribuído neste ano de 2009, em que se comemora o centenário da morte (15 de agosto de 1909) do autor de “Os Sertões”, Acadêmico natural do município fluminense de Cantagalo onde nasceu em 20 de janeiro de 1866. Na ABL, Euclides da Cunha foi o segundo ocupante da Cadeira 7, eleito em 21 de setembro de 1903.
O Prêmio, no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), será conferido ao melhor livro, inédito ou publicado depois de 10 de janeiro de 1999, sobre a vida ou a obra de Euclides da Cunha."
Li essa matéria e lembrei-me instantaneamente da célebre frase do imortal Euclides: "O sertanejo é, antes de tudo, um forte." Pois peço licença para parafrasear nosso ilustre escritor e dizer que o professor é, antes de tudo, um forte.
A força que emana do professor é algo incrível. Professor reclama... Reclama, mas faz.
Quantas vezes dizemos que não queremos participar desse ou daquele evento porque nosso sábado é "sagrado". E na hora H, lá estamos nós, na festa junina da escola, vestidos de caipira a dançar a quadrilha...
Professor reclama que tal aluno "talhou meu sangue hoje durante toda a aula". No entanto basta o danadinho fazer aquela carinha de carente, de quem está com algum problema e nosso instinto maternal/paternal, de tio(a), sei lá, já se manifesta e praticamente colocamos nosso aluno no colo.
Na realidade transitamos entre as mais modernas teorias do ensino e as colocamos em prática. Somos seguidores dos mais conceituados autores a influenciar a nossa didática e ao mesmo tempo vamos bem lá no fundo, no mais simples do nosso ser.
Na sala de aula o professor se transmuta, transforma-se, deixa do lado de fora os problemas e assume o mágico, o palhaço, o doido, o engraçado, o rabugento que os alunos adoram.
Junto aos discentes esquecemos todas as frustrações de uma vida atribulada, a correria de uma escola para outra, salários defasados e a falta de tempo para dedicar à família e ao lazer.
Essa flexibilidade toda nos coloca, não como fracos, mas sim como dos mais humanos profissionais que existem. E ser humano, com todas as letras, num ambiente de trabalho por tantas vezes agressivo conosco, é tarefa que requer muita força interior.
Assim somos nós, trabalhadores em educação: movidos por uma força muito grande, uma fé inabalável no ser humano, apesar de tudo. Pessoas que se orgulham do que fazem e fazem bem feito, que não têm medo de ser seguidas ou imitadas porque estão lutando por um mundo melhor e acreditam nessa mudança.
Cida dos Santos.