terça-feira, 21 de julho de 2009

GESTAR - Oficina 09 - 04/07/09

Iniciamos nosso encontro num ambiente já a ser preparado para a Festa Junina, que seria no domingo. Alunos, professores e outros funcionários da escola confeccionavam enfeites, embalavam prendas, etc.
Para início de trabalho conversamos sobre a diferença entre estilo e dialeto e ficou bem claro que os cursistas distinguem bem os dois, posto que estilo é questão de escolha e o dialeto não o é.
As atividades com exploração da sonoridade das palavras também não se mostraram difíceis; exemplos vários de atividades foram mostradas, e, é claro, em época de festas juninas, as quadrinhas revelaram-se as preferidas pelos alunos, pela facilidade em construir suas rimas.O texto "Trem de ferro", de Manuel Bandeira, foi lido pelo Rafael, pedagogo e coordenador do Gestar na cidade, cursista de língua Portuguesa. Depois ouvimos o poema musicado, na voz de Tom Jobim. Cada um tentou apurar os ouvidos para captar o ritmo e perceber a sonoridade das palavras, agora aliadas aos instrumentos musicais e à voz do coral e do cantor, a imitarem perfeitamente um trem de ferro.Lemos um texto aliterativo enorme, que se intitula "A língua do pê" (Hélio Consolaro), que no final, depois de duas páginas com todas as palavras iniciadas com a letra "p", diz assim: "E você se acha o máximo quando consegue dizer: O rato roeu a rica roupa do rei de Roma"?
Uma das atividades mais interessantes escolhidas para o "Avançando na prática" deu-se na utilização de um texto muito engraçado que talvez muita gente já conheça. Ele também explora o recurso estilístico aliteração e acabou por proporcionar atividades muito divertidas, que os alunos tiveram prazer em fazer.
DIÁLOGO Um cearense, chegando ao Rio de janeiro, entrou num restaurante para almoçar. Quando começou a falar, suas palavras iniciavam, sempre, pela letra “F”. E assim se passou o seu diálogo com a garçonete: _Faça o favor. _O que deseja, senhor? _Fineza fazer frango frito. _Com quê?_ _Farinha, feijão e farofa. _Aceita pão, senhor? _Faça fatias. _Mais alguma coisa? _Filé e fígado. Ao final do almoço, a garçonete lhe oferece café e pergunta: _O café está bom? _Frio e fraco. _Como o senhor gosta? _Forte e fervido. _De onde o senhor é? _Fortaleza. _Como é o seu nome? _Francisco Fagundes Ferreira. _O senhor trabalha ou já trabalhou? _Fui ferreiro. _E deixou o emprego por quê? _Faltou ferro. _O que o senhor fabricava? _ferrolho, fechadura, ferradura e ferragens finas. _Se o senhor disser mais seis palavras começadas com a letra “F”, não precisa pagar a conta. _Foi formidável; fazendo fiado, fico freguês. ***************
Obs.: Muito bem observado pela professora cursista, a primeira análise do texto deve ser feita eliminando a fala do narrador que explica que as palavras do freguês começam sempre com a letra "f". Dessa forma, o professor instiga o aluno a descobrir, a perceber o que o texto tem de diferente.
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Conforme foi proposto pela TP 5, que analisássemos como se constrói a coerência em um texto publicitário, levei alguns deles para o encontro e refletimos sobre a importância de se observar com olhos críticos esse gênero.Nos anúncios que analisamos, os que eram "perfeitos", em que havia coerência, tentamos apontar o que seria incoerente, ou seja, que alterações poderiam torná-lo incoerente.
As cursistas se lembraram de vários anúncios incoerentes com que já se depararam e produziram um, o qual se propuseram a levar para a sala de aula. Era um desses anúncios que ressaltam vantagens econômicas ao se inscrever ou aderir a algo, usando a palavra gratuito para convencer o interlocutor, mas no finalzinho, no pé da página, aparece escrito, geralmente com letras bem pequenas, o valor de inscrição. Levar o aluno a estar atento a esses detalhes foi a proposta a ser trabalhada e os resultados foram muito satisfatórios.
Uma das professoras ressaltou que a incoerência é frequentemente empregada intencionalmente como recurso para conferir humor a alguns textos, como é o caso das anedotas. Como exemplo, transpuseram para o papel uma dessas piadas e acabamos dando boas risadas.

O que estou lendo... O que eu li


                          Estou lendo...
*O imaginário Cotidiano - Moacyr Scliar -    São histórias baseadas em notícias publicadas na seção "Cotidiano", do jornal Folha de S. Paulo. Interessei-me pelo livro após ler e trabalhar com a crônica "Espírito carnavalesco", que constituiu-se material para a oficina 11 da TP6.  Aguçou-me a curiosidade e a imaginação pensar nos fatos verídicos que levaram aos títulos sobre os quais Moacyr criou suas ficções. Mas não dá para saber, a menos que eu vá atrás das publicações do jornal e confira.                                 
*Tango Negro  A bicicleta Azul 4 - Régine Deforges - Como qualquer leitor, tenho também os meus assuntos preferidos e outros que me são  difíceis de ler, por não me sentir à vontade ou por despertar em mim algo que não quero que seja acordado. Assim acontece com temas referentes ao nazismo. Tenho extrema dificuldade; não consigo sequer assistir a um filme que mostre os horrores desse movimento. Mas, numa visita informal à Casa de Cultura de Sete Lagoas,  na sala da Mariza, deparei-me com uma vasta prateleira cheia de livros, novos em sua maioria.  Ao perceber meu interesse, ela me disse que poderia levar para casa quantos quisesse(!!!). Meus olhos adolescentes já haviam se encantado, à primeira olhada, por  um livro de capa bonita e título sugestivo: "Tango Negro" Mais uma 2ª olhada e já dois livros estavam sendo anotados como empréstimo. Dentro do ônibus comecei a ler a contracapa: "Nuremberg, novembro de 1945. Na Alemanha vencida, os Aliados julgam os criminosos nazistas. O depoimento de uma das sobreviventes do campo de concentração de Ravensbrück convence Léa Delmas e François Tavernier a lutarem por uma causa: perseguir e executar os nazistas. A caçada os conduz à Argentina, onde os peronistas estão facilitando a inserção dos criminosos de guerra na sociedade. Em  Tang oNegro, Régine Deforges promove o reencontro do leitor com os inesquecíveis personagens de sua trilogia A Bicicleta Azul."
 O título continuava sugestivo, a referência à À Bicicleta Azul, que embora não conhecesse, impulsionou-me a ler o livro, até mesmo para uma possível comparação entre Crepúsculo,  Harry Potter e outras séries que caíram no gosto de jovens de diversas partes do mundo, incluindo vários dos nossos alunos. Nas 3 primeiras páginas um romane se delineava, lindo. Pronto! quebrara-se o gelo e mergulhei na leitura. Apesar de horrorizar-me várias vezes com algumas descrições, a história de amor e outras que vão surgindo ao longo da narrativa, têm me mantido interessada. Estou gostando bastante dessa leitura. Um romance que fala do sofrimento e revolta dos que sobreviveram ao holocausto.
25/09/09
                                                O que já li

*Cabelos molhados - Luís Pimentel (contos) da coleção Literatura para todos; para alunos do Programa Brasil Alfabetizado e EJA. Ação, aventura, drama, humor estão presentes nos contos desse escritor baiano, numa leitura que você começa e não quer mais parar. Creio que vai agradar aos meus alunos do 9º ano. Uma das narrativas que  chamará mais a atenção acredito  ser "Conversa de homem para homem". O humor está presente, mas o professor, caso julgue conveniente, pode dirigir o olhar do aluno para uma abordagem mais crítica do fato, sem deixar, contudo de darem boas risadas.
                                 Conversa de homem para homem
O pai chegou em casa com ar sisudo e começou aquele papo manjado:
"Filho, precisamos ter uma conversa de homem para homem."
"Neste caso, pai", disse o menino, "não é melhor esperar eu crescer um pouquinho?"
"Não. Tem que ser hoje, agora, já."
"Tá bem. Mas posso saber o que é que está pegando?"
"Como assim, pegando?"
"Onde foi que deu zebra?"
"No seu boletim."
"Demorou."
"Como?"
"Algo errado com o boletim?"
"Tudo. Não viu vas notas?"
"O boletim veio endereçado a você, pai. É feio violar correspondência alheia."
"Mas as notas são suas. Baixíssimas!"
"Olhando por que critérios?"
"Do razoável, meu filho. Do bom senso, da coerência acadêmica, das exigências mercadológicas."
"Não tem nenhuma dessas cadeiras lá no meu colégio."
"Não seja debochado."
"Não esquenta, pai."
"Não esquenta, o quê?"
"A cuca, a mufa, os neurônios."
"Vou tirar você do colégio."
"Sábias palavras."
"Vou arrumar um emprego para você. Oito horas por dia, de segunda a sábado."
"Sujou"
"Onde você quer trabalhar?"
"Câmara dos Deputados, Senado Federal, um ministério qualquer. Um lugar onde eu possa estar sempre metido eme falcatruas."
"Nem pense nisto, pelo menos enquanto eu for vivo!"
"Tá vendo que existem coisas piores? Relaxa, velho. Assina o boletim."
                                Pimentel , Luís - Cabelos Molhados - pág. 29 - coleção literatura
                                para todos; vol. 10. Brasília: Ministério da Educação, 2oo6.


*Madalena - Cristiane Dantas (novela) - Conta a história de Madalena, uma mulher forte, batalhadora, que venceu desafios, saindo do interior para a cidade grande, fugindo de um casamento fracassado em que imperava a violência. Durante a narrativa  vamos sendo apresentados aos personagens que fizeram parte da vida de Madalena. Linguagem simples, mas bem cuidada, creio que despertará o interesse dos adolescentes para esse lado menos mágico, mais parecido com a realidade. Os livros são da coleção Literatura para todos;  para alunos do Programa Brasil Alfabetizado e EJA. A escola em que trabalho recebeu a coleção e mesmo não havendo nenhum dos projetos citados anteriormente, percebi a possibilidade de utilizá-los em trabalhos com meus alunos do 9º ano. Crônica, conto, biografia, novela, teatro, poema são os gêneros. Pretendo conhecer todos os textos, todas as leituras até outubro, para então, iniciar as atividades com a turma.
*Elenco de cronistas modernos - uma coletânea composta pelas melhores crônicas de Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Fernando Sabino, Manuel bandeira, Paulo Mendes Campos, Rachel de Queiroz e Rubem Braga. Bom demais!!!
*Manual de desculpas esfarrapadas - casos de humor - Leo Cunha ( "A emoção do primeiro assalto", por exemplo, é um dos meus favoritos, pois nos convida a refletir sobre a fantasia, a poesia que não devemos permitir que se perca, por mais atribulado que seja esse nosso mundo.)
*Como meus sentimentos aqui guardados - Rosângela Morais Antunes - (romance em que a escritora-personagem se despe de toda a vaidade e nos revela que a vida é feita de tentativas, de idas e vindas, de acertos e erros, sobretudo de momentos que nos consomem e nos tornam mais experientes. Esse livro nos faz acreditar que muitas vezes o sentimento fica guardado no nosso interior ultrapassando o tempo. Escrito numa linguagem que flui simples, leitura agradável, sem a pretensão de definir o que é certo, o que é errado, ou definir o que é indefinível: o amor).
*Ensaio sobre a cegueira - José Saramago - (Confesso que eu tinha uma certa dificuldade em ler Saramago, mas neste 2009 me desafiei a ler seus livros na íntegra. Estou no terceiro e já me habituei ao seu estilo ímpar, que antes me parecia confuso. O livro Ensaios sobre a cegueira deu origem ao filme de mesmo nome, de Fernando Meirelles. "Um motorista parado no sinal, subitamente se descobre cego. É o primeiro caso de uma 'treva branca' que logo se espalha incontrolavelmente. Resguardados em quarentena, os cegos vão se descobrir reduzidos à essência humana, numa verdadeira viagem às trevas. O Ensaio sobre a cegueira é a fantasia de um autor que nos faz lembrar 'a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam'")
*Estaleiros de vento - poesia - Francisco Orban ("Quando ...Quando eu envelhecer/e os versos forem só minha pousada/já não andarei na terra para lutas/mas para plantar palavras/ Quando envelhecer/guardarei teu rosto/que é o navio da minha alma/entre as samambaias do tempo/que o tempo também tem safras/onde colho meus poemas/que crescem a cada estação/a cada dia que passa/nas terras do coração" - Muito lindo isso!)
*A viagem do elefante - José Saramago(Século XVI, D João III e Catarina d'Áustria decidem dar ao arquiduque austríaco Maximiliano II um presente diferente: um elefante. "E lá se vai a caravana. Meses a fio, um punhado de soldados, cavalos, bois e um elefante de três metros de altura e quatro toneladas de peso. Percorrem os caminhos de Portugal, Espanha e Itália, enfrentando intempéries, perigos reais e imaginários...")
*As intermitências da morte - José Saramago (Muito interessante história em que a morte deixa de cumprir seu papel, sem que isso, contudo, significasse alívio para os sofrimentos, sua falta foi drasticamente sentida e todos começaram a reclamá-la...Todos, até mesmo a igreja, visto que, sem morte não há ressurreição e sem ressurreição não há igreja).
*Crepúsculo - Stephenie Meyer (Confesso que comecei a ler interessada em conhecer o livro sobre o qual os jovens e adolescentes têm falado tanto. Agora estou também envolvida por essa história de amor. Acho que estou adolescendo... rsrsrsrs).
*Análise do discurso: gêneros, comunicação e sociedade - Wander Emediato, Ida Lúcia Machado, William Menezes
*Bagagem - Adélia Prado (Adorei!!!).

sábado, 11 de julho de 2009

Letramento e diversidade cultural - Projeto Festa Junina

Observar e discutir eventos e formas de funcionamento da cultura local e sua história é um modo de exemplificar os usos e funções da escrita e de facilitar o aprendizado da leitura e a produção de textos escritos quando levados para a sala de aula e utilizados de forma significativa, como parte de diferentes situações comunicativas. Uma forma eficiente para a produção de conhecimento de leitura e escrita é partir do aproveitamento dos conhecimentos prévios dos alunos, do conhecimento que têm de sua cultura local, permitindo o desenvolvimento de um processo de ensino-aprendizagem significativo. Se há uma relação entre as práticas de letramento e as práticas de cultura local, essa relação pode ser matéria-prima para a compreensão e interpretação de texto e para a produção de escrita. A experiência prática e reflexiva em sala de aula com as diferentes situações sociocomunicativas de que o aluno participa no seu dia-a-dia incentiva-o, a partir do que conhece, a desenvolver a leitura e a escrita. Trabalhando os textos a partir de uma discussão e roteiro de perguntas sobre a sua relação com a situação da qual faz parte, pode-se levar os alunos a refletirem sobre os significados transmitidos e sobre as próprias competências de leitura e escrita. Avançando na prática - TP 4 - pág. 35 1 - Escolha uma festa local. Trabalhe a partir dos materiais disponíveis: fotos, reportagens, observação das festas quandoestiverem ocorrendo. 2 - Discuta com seus alunos sobre a festa. 3 - Peça para eles escreverem um texto informativo tendo como tema a festa. Com base no texto acima e no que foi sugerido pelo Avançando na prática, unidade 13, página 35 da TP 4, aproveitando também o momento tão propício das festas juninas nas escolas e comunidades, as professoras cursistas do GESTAR II elaboraram o seguinte projeto: Projeto Festa Junina * Duração: 15 dias, aproximadamente * Culminância: "Arraial do Olívia Dalle" - Festa Junina (05/09). * Objetivos: - Valorizar a cultura local. - Trabalhar textos relacionados ao assunto. - Produzir textos (contos, diálogos, paródias). - Explorar o regionalismo. - Conhecer as tradições das festas juninas. - Conhecer textos instrucionais. - Realizar uma exposição com os principais símbolos dessa festa. - Realizar um self service com pratos típicos. * Público alvo: 7°s anos e PAV II - 2º período * Professoras responsáveis: Fabiane Diniz e Angélica Ribeiro Atividades a serem realizadas 1 - Texto Festas juninas - TP 4, página 35. 2 - Interpretação de texto. 3 - Confecção de cartaz convidando para a Festa Junina da Escola. 4 - Avançando na Prática, página 41 (cartaz com fotos). 5 - Entrevista para ser realizada com pessoas mais velhas, sobre as festas de antigamente. 6 - Produção de um texto informativo sobre o tema: Festas Juninas. 7 - Trabalho com receitas típicas. 8 - Exposição com pratos típicos das festas juninas. 9 - Trabalho sobre símbolos da tradição junina. 10 - Pesquisa(com pessoas mais velhas) sobre simpatias feitas no dia de São João. 11 - Produção de texto: "Escreva um texto comentando as diferenças entre as festas juninas de hoje e as tradições que vimos durante o trabalho." 12 - Confecção de cartazes convidando toda a escola para visitar a exposição. 13 - Exposição e explicação dos símbolos da festa junina. 14 - Atividades linguísticas: cruzadinhas e atividades gramaticais envolvendo o tema. Fotos das atividades realizadas

Claridade

Enquanto o mundo todo só fala na morte e enterro de Michael Jackson, em Caetanópolis os olhos e mentes se voltam para a eterna Clara Nunes. A morena bonita de sorriso largo, que se tornou uma das maiores cantoras brasileiras, nasceu na região. Depois saiu, cantou e encantou, principalmente quando fazia lembrar as raízes do povo brasileiro.
Nós, educadores, temos o dever de reavivar a memória cultural dos nossos educandos sobre o lugar em que vivem e as pessoas que o marcaram, mas também, de contar aos que chegam tudo que a cidade tem de bom. E Clara, sem dúvida alguma, e sem parecer que é só mais um jogo de palavras, Clara é luz, é brilho, confere luminosidade à cidade de Caetanópolis. Para confirmar isso, basta participar dos festivais que acontecem há quatro anos em agosto, que é o mês do nascimento da artista. A cidade se alegra, colore-se, canta, refletindo também toda a aura de luz da sua homenageada. Acontecem shows, feiras, dança, teatro, festivais de música e várias outras apresentações.
A Secretaria de Cultura lançou, em 2008, dentro dos eventos do Festival Clara Nunes, um concurso de redação em que puderam se inscrever todas as instituições de ensino da cidade. Foi um trabalho muito bom, pois permitiu aos professores levar os alunos a conhecerem e também eles, os mestres, descobrirem mais sobre a cultura caetanopolitana.
Neste ano, estamos mais uma vez nos preparando. Já temos em mãos os temas sugeridos e até 10 de agosto as produções serão entregues. No último dia, ou seja, 16 de agosto, os vencedores receberão seus troféus no palco do festival.
Mas verdade é que sempre que me recordo de Clara, a música que ouço cla-ra-men-te(e não vou retirar essa palavra!), como se ela estivesse cantando assim, bem pertinho de mim, é "Canto das três raças". Essa música parece um hino, mais que um lamento pelo sofrimento ou desabafo. Ela é linda!
Canto Das Três Raças
Clara Nunes
Composição: Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro
Ninguém ouviu Um soluçar de dor No canto do Brasil Um lamento triste Sempre ecoou Desde que o índio guerreiro Foi pro cativeiro E de lá cantou Negro entoou Um canto de revolta pelos ares No Quilombo dos Palmares Onde se refugiou Fora a luta dos Inconfidentes Pela quebra das correntes Nada adiantou E de guerra em paz De paz em guerra Todo o povo dessa terra Quando pode cantar Canta de dor ô, ô, ô, ô, ô, ô ô, ô, ô, ô, ô, ô ô, ô, ô, ô, ô, ô ô, ô, ô, ô, ô, ô E ecoa noite e dia É ensurdecedor Ai, mas que agonia O canto do trabalhador Esse canto que devia Ser um canto de alegria Soa apenas Como um soluçar de dor

Mais um pouco sobre Clara Nunes

Clara Francisca Gonçalves Pinheiro nasceu em 12 de agosto de 1942 no Cedro, hoje Caetanópolis e distrito de Paraopeba na época, sendo caçula em uma família de sete irmãos. Desde cedo mostrou aptidão para a música, característica esta herdada do pai. Aos 14 anos vence em 1º lugar um concurso de calouros na Rádio Cultura de Sete Lagoas. Em seguida, muda-se para Belo Horizonte, onde passa a cantar no coro da Igreja da Renascença. Ali é descoberta pelo compositor mineiro Jadir Ambrósio que a leva para cantar na rádio. Em 1966, Clara consegue gravar seu 1º LP (Amor quando é amor) e a partir de 1969 passa a gravar samba. Na década de 70 sua carreira atinge o auge, gravando vários sucessos como: O mar serenou, Conto de Areia, Meu sapato já furou, Tristeza pé no chão, Morena de Angola, etc. Clara Nunes gravou 15 discos e levou nossa música para fora do país, cantando em Cuba, Estados Unidos, Japão, Portugal, França, etc. Devido a um choque anafilático durante cirurgia de varizes, Clara morre aos 41 anos, em 2 de abril de 1983.
OBS: Por ser Caetanópolis uma cidade jovem, com pouco mais de 50 anos de emancipação, alguns de seus filhos mais ilustres nasceram em outros municípios e aqui passaram boa parte de suas vidas. A intenção, portanto, é homenagear aqueles caetanopolitanos "de coração", que levaram o nome da cidade além de suas fronteiras. É certo que muitos outros nomes podem ser incluídos nesta lista, e que aos poucos, com as sugestões recebidas, farão parte da galeria de caetanopolitanos ilustres.
Para saber mais link: Link na Internet: http://www.caetanopolis.hpg.com.br/clara.htm