sábado, 31 de outubro de 2009

31/10/2009 - O dia dele...

Antes de relatar o nosso trabalho, lembro que hoje, 31 de outubro é uma data especial.  Não por causa do halloween...Mas nessa data nascia,  em 1902, o nosso grande poeta, contista e cronista...
Sim, hoje seria aniversário dele, o "Velho poeta", como era carinhosamente e respeitosamente chamado  este mineiro de Itabira:  Carlos Drummond de Andrade.
Se estivesse entre nós  faria 102 anos. Porém  suas palavras, sua memória se fazem  presentes e sabemos que poucos  se eternizarão de tal forma intensa e constante  em nossos corações e pensamentos como ele.
Não tenho nada contra o halloween, até me divirto com as crianças na data...
Saudades, Drummond...
Só você sabia falar assim do amor:
                     
 Amar
Que pode uma criatura senão entre criaturas, amar?
Amar e esquecer?
Amar e malamar
Amar, desamar e amar
Sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
Sozinho, em rotação universal,
se não rodar também, e amar?
Amar o que o mar traz à praia,
O que ele sepulta, e o que, na brisa marinha
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amor inóspito, o áspero
Um vaso sem flor, um chão de ferro, e o peito inerte,
e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.
Este é o nosso destino:
amor sem conta, distribuído pelas coisas
pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor
Amar a nossa mesma falta de amor,
e na secura nossa, amar a água implícita,
e o beijo tácito e a sede infinita.


As sem-razões do amor
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça e com amor não se paga.
Amor é dado de graça, é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.


Encontro do dia 31/10/2009
Recursos que podem ser utilizados como suporte para nos auxiliar nas aulas de Língua Portuguesa
 “A proposta de trabalho com textos variados inclui a exploração de textos não-verbais e os que misturam mais de uma linguagem, como a propaganda, a composição musical, o filme. Neste mundo pós-moderno, em que tudo vai perdendo seus contornos nítidos e tudo se mescla, sons e imagens além da língua marcam as interações mais comuns do nosso cotidiano. Devem fazer parte das nossas escolhas, para uso com nossos alunos. Eventualmente, eles podem até expressar-se em uma dessas linguagens. De todo modo, como interlocutores, fruidores, o contato com textos com outros códigos deve ser constante.”
                                                     (TP1 – pág. 113 – unidade 03)
Foi a partir de todos os nossos estudos, análises,  reflexões e conclusão de que o texto é realmente o centro no ensino das experiências no ensino da língua, reforçados pelo estudo do trecho da TP citado acima, que focamos, no último dia do mês de outubro, o uso da tecnologia em sala de aula. Sua multiplicidade de linguagens possibilita um grande número de abordagens,  podendo ajudar na prática do professor, se for bem empregada, é claro.


"Quais os 'gigantes'  que você enfrenta no seu dia a dia como professor?"
Lançada essa pergunta para reflexão, imediatamente a metáfora levou a respostas como desvalorização do professor, desmotivação por parte dos alunos, indisciplina, falta de recursos nas escolas...
Creio que as respostas seriam idênticas pela maioria dos docentes das escolas públicas do país.
"Como você enfrenta e faz para vencer esses 'gigantes'"?
A resposta a essa indagação seria dada soemte depois que assistíssemos a um filme, que já estava no ponto para assistirmos :
DESAFIANDO GIGANTES
Sinopse
Nunca Desista, nunca volte atrás, nunca perca a fé. O poder da crença nos proporciona a oportunidade de vencer. Nos seus seis anos como técnico de futebol americano de uma escola, Grant Taylor nunca conseguiu levar seu time Shiloh Eagles a uma temporada vitoriosa. E ao ter que enfrentar crises profissionais e pessoais aparentemente insuperáveis, a idéia de desistir nunca lhe pareceu tão atraente. Somente depois que um visitante inesperado o desafia a acreditar no poder da fé que ele descobre a força da perseverança para vencer.
Informações Técnicas
Título no Brasil: Desafiando Gigantes
Título Original: Facing the Giants
País de Origem: EUA
Gênero: Drama
Classificação etária: 14 anos
Tempo de Duração: 111 minutos
Ano de Lançamento: 2006
Estúdio/Distrib.: Sony Pictures
Direção: Alex Kendrick
Elenco
James Blackwell ... Matt Prater
Bailey Cave ... David Childers
Shannen Fields ... Brooke Taylor
Tracy Goode ... Brady Owens
Alex Kendrick ... Grant Taylor
Jim McBride ... Bobby Lee Duke
Tommy McBride ... Jonathan Weston
Jason McLeod ... Brock Kelley
Mark Richt
Steve Williams ... Larry Childers
Chris Willis ... J.T. Hawkins Jr.
Ray Wood ... Sr. Bridges
Terminada a sessão cinema, pedi que as cursistas falassem então sobre o que fazem para  vencer os seus "gigantes".
"Persistência, determinação, fé, reconhecer os erros e fraquezas, admitir que erramos, que não somos perfeitos, mas buscar o conhecimento..."
Valeu a pena ter visto filme , pois a mensagem motivacional expressa por ele envolve  qualquer pessoa, independente de idade ou religião. Concluímos que, como no filme, temos que estar unidos, dar o melhor de nós, acreditar na nossa capacidade, enfrentar os problemas, pois existem situações das quais não podemos  fugir. Temos que seguir em frente,  enfrentar os problemas que surgem na escola, na sala de aula, sem esperar que outros o façam por nós. Porém, muitas vezes o gigante é a insegurança, o medo de tentar o novo, o desconhecido, ou até medo do fracasso, baseado em derrotas anteriores.
Após a reflexão, sugeri às cursistas que fizessem  um planejamento para trabalho com esse filme em sala de aula,  perguntando primeiramente se seria viável, se estaria adequado `as séries em que cada delas lecionava. Resposta afirmativa, avisei-lhes, no entanto, que antes de fazermos o planejamento estudaríamos um pouco sobre a utilização de filmes, vídeos e músicas em sala de aula. Entreguei-lhes um suplemento teórico sobre o assunto, no qual constam dicas e exemplos de  profissionais experientes e competentes na área em estudo.
Começamos a estudar sobre o uso do vídeo na sala de aula.
*Apoiei-me em:
*O Vídeo na Sala de Aula
José Manuel Moran
Especialista em projetos inovadores na educação presencial e a distância
jmmoran@usp.br
http://www.eca.usp.br/prof/moran/vidsal.htm
*Depois:
*Filmes em sala de aula
João Luís de Almeida Machado Editor do Portal Planeta Educação; Doutor em Educação pela PUC-SP; Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP); Professor Universitário e Pesquisador; Autor do livro "Na Sala de Aula com a Sétima Arte – Aprendendo com o Cinema" (Editora Intersubjetiva).
http://www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=454
Em ambas as partes foi destacada a atenção que o professor dever ter de não deixar que o filme ou o vídeo sejam tapa-buracos; destaque também à necessidade do planejamento para que realmente se atinja o objetivo e à escolha de temas que despertem o interesse ao aluno, sendo que, para isso, o professor precisa estar bem informado.
As professoras relataram experiências bem e outras mal sucedidas em suas experiências, principalmente com filmes. Mas, geralmente, o resultado é muito satisfatório, segundo elas.
Quando aos vídeos, a parte em que discutimos sobre a produção e edição de vídeos na escola, a ideia pareceu ótima, porém esbarra na falta de equipamento. Uma das sugestões é incluir a compra de uma boa câmara na próxima lista de aquisição de material da escola. Foi citado o  exemplo do professor de Matemática Rosalvo, que no ano de 2008 fez um trabalho maravilhoso, para o qual  utilizou equipamento próprio. Em Língua Portuguesa, talvez tenhamos tantas ou mais possibilidades de sucesso, visto trabalharmos mais de perto  com a linguagem.
*E finalizando:
*Música em sala de aula.
Os professores estão mais familiarizados com a utilização da música e é de uso mais constante em aula. Utilizei dois textos de autores diferentes, porém as opiniões eram muito parecidas. O trecho que transponho abaixo, contudo, apresenta algumas dicas preciosas:
Erika de Souza Bueno Consultora Pedagógica em Língua Portuguesa do Planeta Educação; Graduanda em Letras pela Universidade Metodista de São Paulo.

Música na Sala de Aula
Uma Chance de Trabalho
Trabalhar com a música no cotidiano escolar significa ampliar a variedade de linguagens que podem permitir a descoberta de novos caminhos de aprendizagem. É possível que se desperte no aluno outras formas de conhecer, interpretar e sentir.
Trabalhar uma canção em sala exige que ela seja executada mais de uma vez. Na primeira audição, os alunos identificam a melodia e alguns de seus aspectos. Isso possibilita uma primeira discussão sobre o significado da letra, o prazer de ouvir ou não, sobre quais instrumentos foram tocados e a interpretação vocal, quando houver.
Fazer com que jovens alunos se interessem pela leitura é um desafio muito grande para pais e professores. Há diversas tentativas para diminuir a distância entre a leitura e o aluno, muita delas inegavelmente eficazes.
Uma possibilidade de integrar alunos e leitura escrita é a apresentação de uma nova perspectiva sobre aquilo que não é novo para eles, ou seja, uma nova visão sobre materiais que eles tenham alguma particularidade. A música é uma boa opção para tal objetivo.
Levar letras de músicas de diversos gêneros para a sala de aula é algo que atenua significativamente a aversão ao mundo da leitura escrita por parte de nosso alunado, uma vez que a resistência a assistir a uma aula de língua portuguesa, por exemplo, fica um pouco esquecida ante a um material que eles tenham alguma familiaridade.
Digo familiaridade porque desde o nosso nascimento somos expostos ao mundo da música. Algumas mães cantam para seus filhos ainda em processo de gestação e, ao nascer, a criança convive com inúmeros gêneros musicais e, por isso, o professor ao apresentar uma letra de música na sala, tem grandes chances de atrair a atenção de seus alunos. Uma vez com a atenção de seus alunos voltadas para ele, conseguirá induzir o despertar de diversas competências que nossos jovens já têm ou ainda terão. Dentre estas competências, a interpretação da vida cotidiana, dos hábitos das pessoas, do vocabulário usado em diferentes épocas, entre tantas outras possibilidades.
Não é preciso ser apenas músicas consideradas modernas, inúmeros títulos musicais de outras gerações podem ser transformados em materiais de trabalho para o professor. A apreciação de um estilo mais que outro pode se transformar também num delicioso bate-papo estreitando o relacionamento aluno/professor.
Observe o trecho da música “Águas de Março” abaixo:
“É pau, é pedra, é o fim do caminho, é um resto de toco, é um pouco sozinho, é um caco de vidro, é a vida, é o sol, é a noite, é a morte, é um laço, é o anzol. É peroba no campo, é o nó da madeira, Caingá candeia, é o matita-pereira, é madeira de vento, tombo da ribanceira, é o mistério profundo, é o queira ou não queira, é o vento ventando, é o fim da ladeira, é a viga, é o vão, festa da cumeeira. É a chuva chovendo, é conversa ribeira das águas de março, é o fim da canseira...” (Tom Jobim)
Somente através deste trecho inúmeros assuntos poderão ser trabalhados em diversas disciplinas, quanto mais em se tratando de língua portuguesa.
O professor poderá, por exemplo, falar sobre o clima, sobre como as águas de março são tratadas nesta música, sobre os termos empregados, entre tantos outros assuntos.
Apenas a título de exemplificação, o professor poderá questionar se as chuvas ainda são bem-vindas atualmente. Evidentemente, muitos dirão que sim, e não há, num primeiro momento, o que se questionar, pois a falta de chuva seria e é em alguns estados brasileiros, motivo de desespero e muita preocupação.
Contudo, em São Paulo a chuva tem se tornado o oposto do que se aprecia neste trecho da bela canção:
“... é a chuva chovendo, é conversa ribeira das águas de março, é o fim da canseira”.
Isto porque chuva em São Paulo é sinônimo de trânsito parado, enchentes, noticiário ocupado com o assunto e exaustivo trabalho de diversos setores da sociedade. Eis assim, mais uma possibilidade de assunto que poderá ser trabalhado por professores em sala de aula, fazendo com que alunos interpretem uma letra de música muito além do que supostamente poderiam ter pensado.

Durante o  estudo do suplemento, dúvidas que surgiam eram dissipadas, experiências de trabalho eram relatadas e,  sobre o trabalho com músicas, a professora cursista Angélica expôs que a parte mais difícil é fazer os alunos aceitarem as nossas escolhas musicais para trabalho com eles. Geralmente eles consideram as músicas antiquadas, velhas.
Mas há também surpresas agradáveis: segundo ela, escolheu para determinado trabalho, empregar uma música do 14 Bis e receou que os alunos não fossem apreciar, mas eles amaram. Também a professora cursista Fabiane, relatando situação semelhante, contou que introduziu música do Nando Reis e a receptividade dos alunos foi ótima.
Talvez seja o exemplo do professor começando a fazer diferença nas escolhas musicais desses adolescentes?
Por isso temos a responsabilidade de fazer o melhor, dar o exemplo como bons leitores, ouvintes das boas músicas, que estão a cada dia mais longe do contexto social em que estão inseridos nossos alunos. Mas somente vamos conseguir sucesso se respeitarmos a diversidade cultural, pois entender as diferenças é fundamental e tem de partir primeiramente de nós, mestres.
Reflexões feitas, momento de planejar:
O 1º planejamento teve como objeto o filme "Desafiando gigantes"
Durante a apresentação do planejamento, na parte que abordariam questões para refletir, um dos anseios é que o filme motive os alunos à luta para superação de dificuldades, levá-los a refletir sobre a importância do apoio da família, principalmente nas situações mais difíceis, como é mostrado por algumas cenas (o pai que apoia e encoraja o filho em todos os momentos), a felicidade pelo perdão dado e recebido (também uma das mais emocionantes cenas entre um pai e um filho).
 Para o 2º planejamento as cursistas viram dois vídeos: um do Zeca Baleiro com a música "Salão de Beleza" e outro vídeo com o título "Chico Bento no Shopping"


Sugeri que escolhessem um dos vídeos e fizessem o planejamento por escrito; o outro, seria um planejamento oral, expondo as possibilidades de trabalho.
Com a música "Salão de beleza", viram a possibilidade de trabalhar valores negados ou evidenciados pela sociedade: o culto à beleza, a influência da propaganda na formação do ideal de beleza,  o problema da obesidade.
Para planejar por escrito escolheram o vídeo "Chico Bento no Shopping".
Viram a possibilidade de trabalhar desde as variantes linguísticas, os estrangeirismos, as diferenças de ponto de vista, até o conceito falso - generalização, senso comum - de que o caipira é bobo, que precede muitas obras que têm esse tipo de personagem.
 O 3º planejamento foi sobre uma música. As cursistas escolheram a música "Me chama" do Lobão.
Muitos aspectos podem ser trabalhados utilizando essa música, segundo as cursistas: linguagem coloquial, representada explicitamente pelo uso de pronomes átonos em próclise no início das frases, da forma verbal "tá" e do pronome aonde, diferente do que orientam as gramáticas.
As profissionais aprovaram o trabalho; ágeis, alegres e criativas, sem contudo perder o senso crítico e sem sair do nosso foco que é, através de suportes variados como o vídeo, o filme, a música e tantos outros que nos vêm ao alcance, ajudar nosso discente a ler melhor, escrever, comunicar-se, ser um cidadão que poderá realmente interferir no próprio meio e realidade por ser leitor do mundo que o cerca.


quarta-feira, 28 de outubro de 2009

OFICINA 11 TP6 – 23/09/09

Meu encontro nesta data foi exclusivamente com a professora cursista Angélica. Pedi a ela que já começasse dando opinião sobre o caderno de teoria e prática em estudo.Tive a grata satisfação de, mais uma vez, ouvir uma cursista dizer que os cadernos e  atividades do GESTAR II vieram ao encontro do conteúdo trabalhado naquele momento com a turma. Os alunos estão, segundo a professora, na hora, idade e série certas para adquirir um pouco mais de domínio da língua escrita e oral, precisando melhorar a seleção de argumentos, organizando-os. Hora de escrever, analisando um acontecimento, ligando idéias, levando em conta o público leitor a que se dirige, visto que, a capacidade de argumentação é uma competência importante na defesa dos pontos de vista. A argumentação é usada para convencer, persuadir, na forma de diversos gêneros textuais e tipos de linguagens. Para argumentar, o aluno deve saber compreender opiniões, entender argumentos, aceitando-os ou recusando-os e, eventualmente, contra-argumentando.
Tendo optado pelo avançando da prática da unidade 21, a professora, com o objetivo de desenvolver o poder argumentativo dos seus alunos, primeiramente introduziu a atividade da aula 1 da AAA6, “Defendendo idéias”, pela qual, segundo ela, os alunos puderam observar a argumentação persuasiva existente nas propagandas. Ainda utilizou a atividade 4 da unidade 21 da TP6 (“Coma bem e viva mais” – páginas 20/21), que foi feita oralmente. Mais uma atividade, e o texto escolhido foi “Em busca da longevidade” (TP6 – pág. 22/23). Nessa, após levar os alunos a identificarem a tese do texto e os argumentos usados para comprová-la, a cursista conversou com seus alunos sobre a importância da argumentação e a “arte do convencimento”. Somente depois de todos esses trabalhos foi aplicado o “Avançando na prática”.

Aula 1 – AAA6 “Defendendo ideias”

Atividade 1
Quando desejamos convencer alguém sobre a importância de um produto ou de uma informação, utilizamos o recurso da propaganda. Observe a propaganda a seguir e responda:


5) A qual leitor se dirige o anúncio?
6) Que argumento foi utilizado no anúncio para convencer o leitor?
7) Por que o anúncio pode convencer o leitor?
8) Para convencer os leitores, os anunciantes utilizam estratégias especiais. Qual foi a estratégia utilizada neste anúncio?
9) Que comportamento é esperado do leitor convencido pelas informações do anúncio?

Atividade 4
Observe como o autor do seguinte texto coloca sua opinião e suas recomendações.

1. De que ideia o texto pretende convencer o leitor?
2. Que comportamentos se esperam de um leitor convencido das idéias do texto?
3. Como o texto procura fazer isso?
4. Como estão organizadas, em termos de estruturas lingüísticas, de tempos verbais, as “recomendações”?

Esse texto busca convencer o leitor acerca de uma idéia principal:
Cuidados com a alimentação contribuem para que o processo de envelhecimento transcorra sem sustos.
A essa ideia chamamos tese do texto argumentativo. Para convencer sobre a validade da tese, o texto utiliza várias recomendações em forma de ordens ou instruções; essas “recomendações”, que fornecem a comprovação da tese, constituem os argumentos do texto.
A tese constitui a idéia principal para a qual um texto pretende a adesão do leitor/ouvinte: é o objetivo de convencimento do leitor/ouvinte.
Os argumentos são os motivos, as razões utilizadas para convencer o leitor da validade da tese.

Atividade 5
Agora, compare o texto da atividade 4 com o seguinte, da atividade 5. Você vai ver que as maneiras de organizar os argumentos para comprovar a tese são diferentes.
Leia outro texto argumentativo a respeito do mesmo assunto.
                                    
                                        Em busca da longevidade
Enquanto – e quanto mais – a ciência aprimora suas pesquisas para desenvolver o segredo da imortalidade, não podemos descurar – hoje – das medidas necessárias a perseguir as que nos conduzem a uma vida longa e saudável.
A natureza concedeu a cada um de nós um conjunto de mecanismos que permite nos proteger e nos renovarmos constantemente, resistindo a todas as agressões, mesmo aquelas que não podemos evitar.
A velhice não pode ser catalogada como uma doença, nem pode se apresentar
como um período de sofrimento e desilusão.
Se conduzirmos nossa existência através de um programa disciplinado no que refere à alimentação, a exercícios, ao estilo de vida, podemos chegar à longevidade com saúde e vitalidade.
É claro que a expectativa de vida não é a mesma nos países em que a taxa de
mortalidade infantil é elevada, a assistência médica precária, a fome e a desnutrição evidentes e a condição sócio-econômica inconsciente.
Cumpre destacar aqui a diferença entre longevidade máxima e expectativa de vida. Aquela é um fenômeno ligado à espécie, e esta, uma condição decorrente dos avanços da medicina, da higiene e das possibilidades econômicas de cada um.
O nosso destino depende do binômio genético-ambiental: se nós pudermos identificar os indivíduos geneticamente vulneráveis e submetê-los a uma prevenção rigorosa, à erradicação dos fatores ambientais, possivelmente, em um futuro menos longínquo que possamos pensar, a uma correção de fatores genéticos, os conduziríamos a um envelhecimento saudável.
                                      Dr. Ernesto Silva, AMBr revista, julho/2003. (com adaptações)

1. Qual é a tese desse texto?
2. Que argumentos são usados para comprovar a validade dessa tese?
3. Que contribuições a ciência pode dar para conduzir a um envelhecimento saudável?
4. Compare os textos da atividade 4 e da atividade 5: como estão organizados os argumentos em cada um?

Avançando na prática – unidade 21 da TP6 - página 23
Professora: Angélica Ribeiro Silva
Turma:PAV II 2º período

“Dividindo a sala em grupos, levei sugestões de temas relacionados à saúde: textos com informações suficientes para aplicação da atividade. Os alunos fizeram primeiro uma espécie de esquema, como na atividade 4 da unidade 21.
Após reconhecerem a tese do texto e citarem argumentos que a comprovassem, cada aluno, com essas informações e mãos, escreveu um texto argumentativo frisando bastante os argumentos.
Para incrementar a atividade, por sugestão da formadora do curso, passei um vídeo que traz uma versal informal, “caipira”, da música “We are the world”. Nesse vídeo, além de mostrar que a argumentatividade também ocorre na linguagem informal, foi abordado sobre o fumo, que está pertinente ao tema transversal da TP6, corpo e saúde.
(Mais detalhes sobre o trabalho com o vídeo: http://angelletras.blogspot.com/)
Logo após,  produziram outro texto argumentativo sobre a nova lei antitabagismo.
Os alunos cresceram muito com essa atividades. Percebi maior autonomia ao produzir textos argumentativos e mais facilidade em defender opiniões”.

A professora cursista Fabiane, apesar de não haver participado do encontro, enviou relatório de atividades.
Segundo a professora, as atividades do “Avançando na Prática” são mais adequadas para alunos dos 8ºs e 9ºs anos (7ª e 8ª série), pois estes já possuem um vocabulário mais amplo, maior maturidade e mais clareza de idéias para se posicionarem sobre assuntos abordados. Por esses motivos, optou por trabalhar com outras atividades com seus alunos do 7º ano(6ª série).

RELATÓRIO DE ATIVIDADE RELACIONADA À TP6
AAA6 – pág. 20/21.
Aula 3 – Investigando os argumentos do texto
PROFESSORA: Fabiane Diniz
TURMA: 7º ano (6ª série) “Verde"
                                         
“Um texto em especial da AAA6 despertou o interesse e propiciou um trabalho interessante. Foi a HQ do quino, cuja personagem Mafalda cuidava do mundo doente – pág. 20 e 21. primeiramente conversei sobre histórias em quadrinhos, em geral. Depois, apresentei o texto aos alunos. Após a leitura, fizemos uma interpretação oral que deu abertura para uma ampla discussão sobre a situação do planeta. A classe chegou à conclusão que Mafalda tinha razão: o mundo está gravemente doente.
Após a discussão, a turma respondeu a algumas questões de interpretação propostas na página 21. logo em seguida, produziram um pequeno texto sobre o assunto. Foi interessante.
Finalmente, em casa, a turma pesquisou reportagens onde a “doença do planeta” é retratada. Na aula seguinte, cada um, voluntariamente, comentou sua reportagem e fizemos um feed back de tudo aquilo que foi discutido ao longo das aulas. Foi proveitoso”

1) Observe que Mafalda se refere a um doente em especial. Quem está doente?
2) Como Mafalda fica sabendo do “estado de saúde” do doente?
3) O pai de Mafalda, ao ver o doente, acredita ou não em sua filha?
4) Quais poderiam ser os argumentos de Mafalda para acreditar que o mundo está
doente?
5) Quino, o criador da tirinha, utiliza quais informações para convencer o leitor a respeito dos argumentos da Mafalda?
6) Por que o pai da Mafalda concorda com a filha somente quando chega ao trabalho?
7) Segundo os argumentos utilizados nas tirinhas da Mafalda, as idéias da menina se
identificam com o pensamento infantil ou adulto? Por quê?
8) Agora é a sua vez de pensar sobre as idéias da Mafalda. A partir do mesmo argumento apresentado nas tirinhas, construa um parágrafo sobre a provável “Doença do Mundo” apontada por Mafalda.
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Para finalizar- Desenvolver uma crônica a partir de um texto de Moacyr Scliar, publicado em O imaginário cotidiano. São Paulo: Global, 2002.p.155-156.

*A professora cursista Angélica seguiu as etapas de planejamento para escrever o texto, observando que nível de linguagem empregaria, para seguir, de certa forma, o estilo do texto original:
a) linguagem:  informal;
b) o final deveria ser surpreendente, engraçado, algo realmente inesperado;
c) não seria um texto longo;
d) as possibilidades de se criarem situações engraçadas, diferentes, eram muito grandes,  devido ao assunto carnaval, mas havia de se  ter cuidado para não fugir ao tema.
*Escrita e revisão
A professora terminou a escrita, releu o texto, silenciosamente, fez algumas correções na pontuação, segundo me disse, e leu em voz alta.
Nessa revisão percebemos que a ideia de finalização do texto era muito interessante, mas faltava acrescentar algumas falas,  discurso direto,  para representar com mais fidelidade a fala das personagens.
Novo texto, reescrito com todo cuidado, cuidando para que estivessem bem dosados o emprego do discurso indireto, do direto e do indireto livre. O texto ficou show!
Respondendo à pergunta se seria possível utilizar em sala de aula algumas das estratégias identificadas durante o trabalho de finalização do texto, a resposta foi sim.  O tipo de discurso deve estar bem compreendido pelos alunos, pois do contrário, dificulta bastante a fluidez narrativa. O gênero crônica é apreciado e possibilita criar, brincar com o imaginário a partir de situações corriqueiras. Uma carta também se tornaria um texto interessante para fazer essa atividade de "completar", "terminar".

                           O ESPÍRITO CARNAVALESCO

                                                        Moacyr Scliar
Cansado, ele dormia a sono alto, quando foi bruscamente despertado pela esposa, que o sacudia violentamente.
– Que aconteceu? – resmungou ele, ainda de olhos fechados.
– Não posso dormir – queixou-se ela.
– Não pode dormir? E por quê?
– Por causa do barulho – ela, irritada: – Será possível que você não ouça?
Ele prestou atenção: de fato, havia barulho. O barulho de uma escola de samba ensaiando para o carnaval: pandeiros, tamborins... Não escutara antes por causa do sono pesado. O que não era o caso da mulher. Ela exigia providências.
– Mas o que quer você que eu faça? – perguntou ele, agora também irritado.
– Quero que você vá lá e mande pararem com esse barulho.
 
                    *(Continuação dada pela professora cursista Angélica):
O marido, muito solícito, resolveu ser cavalheiro e descer para acabar com a balbúrdia, como solicitou a esposa.

Ao chegar lá embaixo, viu-se misturado à multidão e sem jeito de tentar pôr fim à folia, mas não podia desapontar a esposa. Encantado com tanta alegria, teve uma ideia: subiu num muro e com muito esforço, conseguiu que o ouvissem.
_ Por favor, pessoal! Ouçam só um instante! Naquele bar lá da esquina, tem bebida de graça pra todo mundo! Mas tem que ir rápido, pois outros foliões já estão sabendo.
Não precisou falar mais nada. Todos desceram a ladeira numa extrema rapidez.
Ele então subiu, e a esposa deleitou-se com a gentileza do marido. “Todas queriam ter um marido como esse; morram de inveja”.
Logo, adormeceu, mas o marido não tirava a folia da cabeça. Viu, então, que a mulher adormecera profundamente. Quis descer, mas iriam reconhecê-lo e descobrir a mentira. Então veio outra ideia: lembrou-se de uma velha fantasia, do tempo de solteiro, que estava no porão. Sem fazer barulho resgatou-a e, pé ante pé, ganhou a porta da rua.
Nunca havia se divertido tanto como naquela madrugada! Parecia um folião de longa data. Mas o dia amanhecia e tudo o que é bom duro pouco. Chegou em casa antes da mulher acordar, tomou um banho e preparou um belo café da manhã.
Quando a esposa acordou, surpreendeu-se! O que deu nele?
_ Amor, que surpresa! Você realmente é o melhor marido do mundo! Pelo jeito dormiu muito bem depois do fim do barulho!
_ Com certeza, amor! Além de dormir bem ainda tive um belo sonho! Sonhei que éramos jovens e acompanhávamos a folia! Foi como voltar no tempo e reviver os bons momentos.
_ Que bom meu amor, porque eu também sonhei que acompanhava a folia.
_ É mesmo, como foi o sonho?
_ Sonhei que você se vestiu de odalisca , saiu escondido, voltou no clarear do dia e preparou um lindo café da manhã para mim. E, é claro, eu fui atrás. Só que voltei antes do sol nascer. Que coincidência, não?

                            *(Final original dado por Moacyr Scliar)
– De jeito nenhum – disse ele. – Não sou fiscal, não sou polícia. Eu não vou lá.

Virou-se para o lado com o propósito de conciliar de novo o sono. O que a mulher não permitiria: logo estava a sacudi-lo de novo. Ele acendeu a luz, sentou na cama:
– Escute, mulher. É carnaval, esta gente sempre ensaia no carnaval, e não vão parar o ensaio porque você não consegue dormir. É melhor você colocar tampões nos ouvidos e esquecer esta história.
Ela começou a chorar.
– Você não me ama – dizia, entre soluços. – Se você me amasse, iria lá e acabaria com a farra.
Com um suspiro, ele levantou-se da cama, vestiu-se e saiu, sem uma palavra.
Ela ficou à espera, imaginando que em dez ou quinze minutos a batucada cessaria.
Mas não cessava. Pior: o marido não voltava. Passou-se meia hora, passou-se uma hora: nada. Nem sinal dele.
E aí ela ficou nervosa. Será que tinha acontecido alguma coisa ao pobre homem? Será que – por causa dela – ele tinha se metido numa briga? Teria sido assassinado? Mas, neste caso, por que continuava a batucada? Ou seria aquela gente tão insensível que continuava a orgia carnavalesca mesmo depois de ter matado um homem? Não aguentando mais, ela vestiu-se e foi até o terreiro da escola de samba, ali perto.
Não, o marido não tinha sido agredido e muito menos assassinado. Continuava vivo, e bem vivo: no meio de uma roda, ele sambava, animadíssimo.
Ela deu meia-volta e foi para casa. Convencida de que o espírito carnavalesco é imbatível e fala mais alto do que qualquer coisa.
                             O imaginário cotidiano, de Moacyr Scliar. 2. ed. São Paulo: Global, 2002.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Encontro - 10/10 - "Língua - Vidas em Português"

No encontro deste dia, dedicamo-nos a saber um pouco mais sobre a nossa "Última Flor do Lácio". Deixei todas as discussões para depois que assistíssemos ao documentário. Mas  entreguei cópias de sinopses que nos permitiriam um melhor entendimento:
FILME "LÍNGUA - VIDAS EM PORTUGUÊS"

DE VICTOR LOPES
FILMADO EM 2001
"No fundo, não estás a viajar por lugares, mas sim por pessoas."
             Mia Couto - Escritor moçambicano
"Não há uma língua portuguesa, há línguas em português"
              José Saramago - Escritor português
"Língua - Vidas em Português" é um documentário de 105 minutos co-produzido por Brasil e Portugal e filmado em seis países (Brasil, Moçambique, Índia, Portugal, França e Japão). Dirigido por Victor Lopes, o longa-metragem é um mergulho nas muitas histórias da Língua Portuguesa e na sua permanência entre culturas variadas do planeta. Em "Língua", a lusofonia é sobretudo fala, surpreendida do cotidiano de personagens ilustres e anônimos de quatro continentes. Em cada um deles, o português amalgamou deuses, melodias, climas, ritmos. Misturou-se aos alimentos e às paisagens. Foi reinventado centenas de vezes e alimentado por sucessivas de colonizadores, imigrantes e descendentes.
Em Portugal e Moçambique, no Brasil e em Goa, desenham-se os quadrantes de uma herança portuguesa, sempre surpreendente e permanentemente renovada. Acompanhando as trajetórias de seus personagens, e ouvindo suas experiências e sensações, suas memórias e esperanças diante do futuro, o documentário reproduz o movimento de uma língua que ganhou o mundo e que refaz seus caminhos na expectativa de se reencontrar.
Por isso, o filme é um documentário permanentemente em trânsito. Ao entrar e sair da vida dos personagens, o filme desvia-se das suas rotas cotidianas para encontrar cerimônias, casais, locais de trabalho, esquinas e paisagens, traçando retratos reveladores da cultura de cada um dos países visitados.
Entrevistados: José Saramago, Mia Couto, João Ubaldo Ribeiro, Martinho da Vila e MadreDeus.
                                    http://www.almacarioca.com.br/lingua.htm
Todo dia duzentos milhões de pessoas levam suas vidas em português. Fazem negócios e escrevem poemas. Brigam no trânsito, contam piadas e declaram amor. Todo dia a língua portuguesa renasce em bocas brasileiras, moçambicanas, goesas, angolanas, japonesas, cabo-verdianas, portuguesas, guineenses. Novas línguas mestiças, temperadas por melodias de todos os continentes, habitadas por deuses muito mais antigos e que ela acolhe como filhos. Língua da qual povos colonizados se apropriaram e que devolvem agora, reinventada. Língua que novos e velhos imigrantes levam consigo para dizer certas coisas que nas outras não cabe.
                                     http://www.adorocinema.com/filmes/lingua

Ao término do filme, a primeira coisa que observamos foi que não é comum vermos documentários que versem sobre a Língua Portuguesa. As professoras disseram que já haviam visto algo sobre os países lusófonos, principalmente agora, com o Novo Acordo Ortográfico, mas nada que aprofundasse mais, como o documentário em questão.
Ficou claro que estudar as diferenças não é simplesmente brincar com alguma palavra ou outra, que no Brasil tem um significado e em Portugal, outro, como é o caso de fila/bicha ou moça/rapariga. É preciso entender um pouco mais a cultura dos países que falam a Língua Portuguesa. O objetivo desse encontro não foi buscar material para trabalho em sala de aula, mas indiretamente vai sê-lo, pelo pressuposto de que um professor melhor informado se torna mais competente no ato de ensinar. E o docente da língua materna é hoje mais consciente de que seu conhecimento não pode ser calcado apenas em gramática, ortografia, sintaxe.
E assim, pudemos aproveitar bem o que nos foi mostrado, com observações pertinentes. Eu estava a ver o filme pela terceira vez e  foi interessante descobrir, observar fatos que não notara nas outras duas. A cada olhar descobrem-se coisas diferentes. É a força da socialização, do descobrir com o outro o que não havia percebido antes.
Para incrementar um pouco mais o trabalho, levei para apresentação uma abertura de novela de Portugal, uma música do grupo português Quid (Ex-passos), uma música do cantor também de Portugal, Paulo Gonzo (Segredos - EZ Special) e uma do Tito Paris (Dança ma mi criola), cantor originário de Cabo Verde. Belas músicas, estilos diferentes e ótima qualidade, clique abaixo e confira:
 http://palcoprincipal.uol.com.br/quid  vídeos do Quid
 http://letras.terra.com.br/tito-paris/818245/       vídeo Tito Paris
 As professoras cursistas não tiveram dificuldades para compreender as músicas, mas a do Tito Paris tive que dar uma ajuda porque se trata de uma música em língua crioula.
"O crioulo cabo-verdiano é uma língua originária do Arquipélago de Cabo Verde. É uma língua crioula, de base lexical portuguesa. É a língua materna de quase todos os cabo-verdianos, e é ainda usada como segunda língua por descendentes  cabo-verdianos em outras partes do mundo."
                          Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Finalizando, destacamos como iniciativa louvável para maior valorização do nosso idioma, a criação do Museu da Língua Portuguesa. O interesse em conhecer o museu foi externado por nós e, particularmente, tão breve quanto seja possível, estarei lá em São Paulo, na Estação da Luz, realizando um sonho, que creio, não ser só meu, como professora, mas de todo falante dessa língua maravilhosa que entende que ela precisa ser cuidada, amada.
                                               

                                                      Museu da Língua Portuguesa abre mostra 'Cora Coralina'

     Saber viver
Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura... Enquanto dura.
   Cora Coralina
AE - Agência Estado
SÃO PAULO - A doçura e as pequenas narrativas cotidianas da poeta Cora Coralina chegam hoje ao Museu da Língua Portuguesa, com a exposição "Cora Coralina - Coração do Brasil". O evento, que celebra os 120 anos do nascimento de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nome de batismo de Cora, tem curadoria de Júlia Peregrino e cenografia de Daniela Thomas e Felipe Tassara. Em exibição estão um grande painel com imagens do universo da poeta, manuscritos, cartas, livros, recortes de jornais, revistas e fotografias.
Um dos destaques é um caderno em que Cora colocava fotos da sua cidade natal, Goiás, que fica no Estado de mesmo nome, e, para cada uma das imagens, escrevia um poema diferente. Outra novidade é o livro de receitas da escritora, que ganhou a vida como doceira. Os cadernos foram emprestados por Vicência Brêtas Tahan, filha de Cora. "Nem os pesquisadores tiveram acesso a esse material. São documentos originais que têm coração, corações que batem", garante Júlia Peregrino. O restante do acervo pertence ao Museu Casa de Cora Coralina, que fica na cidade de Goiás.
O cenário montado recria as velhas janelas coloniais e os balaústres da ponte, localizada nas proximidades da casa da poeta em Goiás. "Tentamos explorar quem foi essa mulher, que se sentia parte da sua cidade. No mosaico, reunimos os temas de seus textos, como natureza, pedras e rios", explica Daniela Thomas. "O trabalho de Cora é todo muito delicado, um tanto cru. Ela tinha alguma coisa para falar, e conseguiu", conclui Felipe Tassara.
Se depender da localização, a mostra deve ter sucesso garantido. Atualmente, o Museu da Língua Portuguesa é o mais visitado do Estado de São Paulo. O espaço chega a receber 3 mil visitantes em um único dia. Coincidentemente, Cora Coralina chegou a São Paulo pela mesma estação onde está o museu. "Quando Cora saiu de Goiás para morar em São Paulo, chegou pela Estação da Luz. Agora, mais de 90 anos depois, de alguma forma, volta ao local. Espero que a mostra sirva para criar novos leitores para seus livros", diz Júlia. Além da exposição, o evento marca o lançamento do livro Cora Coralina - Doceira e Poeta, (Ed. Global, R$ 119,00, 144 págs.), obra que traz receitas e homenageia a goiana. As informações são do Jornal da Tarde.
Cora Coralina - Coração do Brasil. Museu da Língua Portuguesa. Estação da Luz, Pça. da Luz, s/n. Tel. (011) 3326-0775. Terça a dom.: das 10h às 17h. Última terça do mês: das 10h às 22h. Até 13/12. R$ 6.
              Museu da Língua Portuguesa http://www.poiesis.org.br/mlp/