sábado, 4 de abril de 2009

Memórias de uma ex-analfabeta tecnológica

Hoje, ao ler o comentário da colega, no blog do GESTAR II, sobre a dificuldade em formatar o próprio blog, vieram-me à mente reminiscências de um passado nada distante.

A realidade é que nós, adultos(já antecipo à colega mencionada que talvez ela não tenha tido tantos problemas quanto eu, por ser bem mais jovem)...Mas voltando ao assunto...Acredito haver por parte de muitos adultos, não a resistência que bastante gente acredita, porém uma certa inibição frente à máquina e à tecnologia, um certo desconforto quando vemos que até as criancinhas lidam melhor com isso tudo do que nós.

Eu fiz dois cursos de informática. O primeiro há uns 15 ou 16 anos, quando o programa era um tal MS DOS. Depois, em 2005, fiz outro: rápido e caro, nem fez muita diferença no que eu sabia. Passaram-se os anos. Sem computador em casa e trabalhando em escolas não-informatizadas, esqueci tudo o que havia aprendido. Contudo, a iniciativa dos governos de informatizar as escolas evidenciava a necessidade de nós, professores, evoluirmos e utilizarmos o computador como uma ferramenta de trabalho. Mas não era assim tão fácil. Muitos de nós ainda não possuíamos o aparelho e, cheios de trabalho no recinto escolar, correndo de uma escola para outra, não sobrava tempo para aprender. Lembro-me que eu pagava pessoas para digitar textos, exercícios e provas, para fugir do hoje tão mal falado estêncil, mas... Na hora de imprimir, não conseguia sequer abrir o disquete e precisava ficar pedindo ajuda à secretária ou algum outro colega da escola que estivesse disponível. De certa forma era até humilhante. E quando era algum "fera", este explicava em 2 ou 3 palavras o que era para fazer. Eu balançava a cabeça confirmando que entendera, acreditava que era fácil, mas me perdia em alguma "má nota", como dizem os mineiros da minha terra, e dali a pouco estava lá na sala dos professores, com o bendito computador empacado, esperando aparecer outra pessoa para dar uma dica. Praticamente abolidos os disquetes vieram os cds e copiar, colar, gravar, drive, barra disso e daquilo continuavam me parecendo palavras de uma língua estranha e longíqua no futuro. Agora parece engraçado, mas não era.

E assim, mais um tempo se passou. Ouvir a turma falar em Internet, então, era humilhação total. Ficava caladinha no meu canto, só escutando. Logo eu, que falo pelos cotovelos. Precisava comprar o meu computador, com urgência! Só em 2006 consegui fazê-lo. E, claro, sem muitos conhecimentos, de início fiz muita confusão. Mas como muitas pessoas já haviam me falado: "você vai 'fuçando', pois é assim que se aprende"; sabem que realmente comecei a entender?

Primeiro, veio a segurança de estar na sala dos professores e trabalhar no pc com mais autonomia. Os pedidos de auxílio já não eram sobre coisas tão básicas, como formatar o texto ou mandar a impressora imprimir. Depois a conexão com a rede, o que me permitiu mais acesso a informações e pessoas. Nada simples demais, repito. Por várias vezes tive que contactar um técnico para resolver problemas, que depois fui aprendendo a decifrar.

Estou longe de ser uma expert quando o assunto é informática, mas vou tentando. No início, logo que adquiri o computador, ficava noites em claro até descobrir como resolver um problema, agora não chego a tanto. Leio bastante, pergunto a quem sabe, peço ajuda, sem o constrangimento de antes. Porém, poucas palavras já bastam e coloco em prática rapidamente o que me é ensinado.

Um grande abraço,

Cida dos Santos

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