quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Recital Municipal 11/12/2009 - Caetanópolis - MG





No dia 11 de dezembro a Secretaria de Cultura, juntamente com a Secretaria Municipal de Educação,  promoveram o II Recital Municipal  de Poesias.
Foi um evento muito bonito e prestigiado. Os alunos vencedores dos recitais de cada escola do município apresentaram-se mais uma vez. Numa sexta-feira, com a Casa de Cultura Clara Nunes lotada, o evento deixa claro para todos que a poesia reside no coração do povo caetanopolitano tanto quanto a música, representada pela filha ilustre Clara Nunes. Pais, professores, pessoas da comunidade e diversos representantes da área educacional puderam assistir às apresentações e se encantar com elas.
Se por um lado chamou a atenção a criança tão pequena  a falar com tanta graça sua poesia, a garra e a energia dos adolescentes contagiou o ambiente. Os alunos adultos da EJA (educação de Jovens e Adultos) emocionaram a plateia. Foi divino ver o sr. Misael, aluno que está ainda a encarar as  primeiras letras e a  balbuciar as primeiras palavras na leitura em aula, pisar o palco e com simplicidade e não menos emoção falar seu poema.
Realmente a parceria entre a Secretaria Municipal de Educação e a Secretaria Municipal de Cultura, com o apoio da atual administração, tem dado muito certo.
O Festival Clara Nunes, realizado todos os anos em agosto, é o maior evento cultural da cidade e a educação está totalmente inserida no contexto em que ele se realiza. Neste ano, as escolas participaram de forma efetiva dos projetos do festival. A abordagem de temas relacionados à realidade sociocultural dos alunos permitiu ótimos trabalhos e a entrega dos prêmios do concurso de redação se deu também neste dia 11, durante o Recital.
Resta então parabenizar a todos: alunos, professores, setores cultural, educacional e administrativo da cidade que, mais uma vez, uniram esforços para a realização de um evento que ganha mais qualidade a cada ano.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O homem sem sorte

Vivia perto de uma aldeia um homem, um homem que era completamente sem sorte. Nada do que ele fazia dava certo. Muitas vezes ele plantava sementes e o vento vinha e as levava, outras vezes, era a chuva, que vinha tão violenta e carregava as sementes. Outras vezes ainda, as sementes permaneciam sob a terra, mas o sol, era tão quente, que as cozinhava. E ele se queixava com as pessoas e as pessoas escutavam suas queixas, da primeira vez com simpatia, depois com um certo desconforto e enfim quando o viam mudavam de caminho, ou entravam para dentro de suas casas fechando portas e janelas, evitando-o.
Então além de sem sorte, o homem se tornou chato e muito só. Ele começou a querer achar um culpado para o que acontecia com ele. Analisando a situação de sua família percebeu que seu pai era um homem de sorte, sua mãe, esta tinha sorte por ter se casado com seu pai, e seus irmãos eram muito bem sucedidos, pois então, se não era um caso genético, só poderia ser coisa do Criador. E depois de muito pensar resolveu tomar uma atitude e ir até o fim do mundo falar com o Criador, que como Criador de tudo, deveria ter uma resposta.
Arrumou sua malinha, algum alimento e partiu rumo ao fim do mundo. Andou um dia, um mês, um ano e um dia, e pouco antes de entrar numa grande floresta ouviu uma voz:
- Moço, me ajude. Ele então olhou para os lados procurando alguém. Até que se deparou com um lobo, magro, quase sem pelos, era pele e osso o infeliz. Dava para contar suas costelas.
Ele falou:
- Há três meses estou nesta situação. Não sei o que está acontecendo comigo. Não tenho forças para me levantar daqui.
O homem refeito do susto respondeu:
- Você está se queixando à toa... Eu tive azar a vida inteira. O que são três meses? Mas faça como eu. Procure uma resposta. Eu estou indo procurar o Criador para resolver o meu problema.
- Se eu não tenho forças nem para ir ao rio beber água... Faça este favor para mim. Você está indo vê-lo, pergunte o que está acontecendo comigo. O homem fez um sinal de insatisfação e disse que estava muito preocupado com seu problema, mas se lembrasse, perguntaria. Virando as costas, continuou seu caminho.
Andou um dia, um mês, um ano e um dia e de repente, ao tropeçar numa raiz, ouviu:
- Moço, cuidado. E quando olhou, viu uma folhinha que vinha caindo, caindo; Olhando para cima, viu a árvore com apenas duas folhinhas.
Levantou-se e observando suas raízes desenterradas, seus galhos retorcidos, sua casca soltando-se do tronco, falou:
- Você não se envergonha? Olhe as outras árvores a sua volta e diga se você pode ser chamada de árvore? Conserte sua postura.
A árvore, com uma voz de muita dor, disse:
- Não sei o que está acontecendo comigo. Estou me sentindo tão doente. Há seis meses que minhas folhas estão caindo, e agora, como vês, só restam duas... E, no fim de uma conversa, pediu ao homem que procurasse uma solução com o Criador.
Contrariado, o homem virou as costas com mais uma incumbência. Andou um dia, um mês, um ano e um dia e chegou a um vale muito florido, com flores de todas as cores e perfumes. Mas o homem não reparou nisto. Chegou até uma casa e na frente da casa estava uma moça muito bonita que o convidou a entrar.
Eles conversaram longamente e quando o homem deu por si já era madrugada. Ele se levantou dizendo que não podia perder tempo e quando já estava saindo ela lhe pediu um favor:
- Você que vai procurar o Criador, podia perguntar uma coisa para mim? É que de vez em quando sinto um vazio no peito, que não tem motivo, nem explicação. Gostaria de saber o que é e o que posso fazer por isto.
O homem prometeu que perguntaria e virou as costas e andou um dia, um mês, um ano e um dia e chegou por fim ao fim do mundo. Sentou-se e ficou esperando até que ouviu uma voz. E uma voz no fim do mundo, só podia ser a voz do criador...
- Tenho muitos nomes. Chamam-me também de Criador...
E o homem contou então toda a sua triste vida. Conversou longamente com a voz até que se levantou e virando as costas foi saindo, quando a voz lhe perguntou:
- Você não está se esquecendo de nada? Não ficou de saber respostas para uma árvore, para um lobo e para uma jovem?
- Tem razão... E voltou-se para ouvir o que tinha que ser dito.
Depois de um tempinho virou-se e correu... mais rápido que o vento até que chegou na casa da jovem. Como ela estava em frente à casa, vendo-o passar chamou:
- Ei!!! Você conseguiu encontrar o Criador? Teve as respostas que queria?
- Sim!!! Claro! O Criador disse que minha sorte está há muito no mundo. Basta ficar alerta para perceber a hora de apanhá-la!
- E quanto a mim, você teve a chance de fazer a minha pergunta?
- Ah! O Criador disse que o que você sente é solidão. Assim que encontrar um companheiro vai ser completamente feliz, e mais feliz ainda vai ser o seu companheiro.
A jovem então abriu um sorriso e perguntou ao homem se ele queria ser este companheiro.
- Claro que não... Já trouxe a sua resposta... Não posso ficar aqui perdendo tempo com você. Não foi para ficar aqui que fiz toda esta jornada. Adeus!!!
Virando as costas, correu mais rápido do que a água, até a floresta onde estava a árvore. Ele nem se lembrava dela.
Mas quando novamente tropeçou em sua raiz, viu caindo uma última folhinha. Ela perguntou se ele tinha uma resposta, ao que o homem respondeu:
- Tenho muita pressa e vou ser breve, pois estou indo em busca de minha sorte, e ela está no mundo.
O Criador disse que você tem embaixo de suas raízes uma caixa de ferro cheia de moedas de ouro. O ferro desta caixa está corroendo suas raízes. Se você cavar e tirar este tesouro daí vai terminar todo o seu sofrimento e você vai poder virar uma árvore saudável novamente.
- Por favor!!! Faça isto por mim!!! Você pode ficar com o tesouro. Ele não serve para mim. Eu só quero de novo minha força e energia. O homem deu um pulo e falou indignado:
- Você está me achando com cara de quê? Já trouxe a resposta para você. Agora resolva o seu problema. O Criador falou que minha sorte está no mundo e eu não posso perder tempo aqui conversando com você, muito menos sujando minhas mãos na terra.
Virando as costas correu, mais rápido do que a luz atravessou a floresta, e chegou onde estava o lobo, mais magro ainda e mais fraco.
O homem se dirigiu a ele apressadamente e disse:
- O Criador mandou lhe falar que você não está doente. O que você tem é fome. Está a morrer de inanição, e como não tem forças mais para sair e caçar, vai morrer aí mesmo. A não ser, que passe por aqui uma criatura bastante estúpida, e você consiga comê-la.
Nesse momento, os olhos do lobo se encheram de um brilho estranho, e reunindo o restante de suas forças, o lobo deu um pulo e comeu o homem "sem sorte".
               "SOMOS O QUE FAZEMOS, MAS SOMOS PRINCIPALMENTE
                  O QUE FAZEMOS PARA MUDAR O QUE SOMOS".







Fonte: www.metafora.com.br

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Jovens poetas

Escrever com o coração. Há pessoas que já nascem com esse dom de lidar com o que existe de mais  humano: os sentimentos. E isso é feito de forma tão especial, tão única.
Através dos poemas  as palavras  se revestem de  sensibilidade para colocar  o que acontece em nosso dia-a-dia:  amor, paixão, fantasia, ilusões e desilusões.
Fico muito contente, pois percebo que a poesia  volta aos poucos a ter o seu lugar, principalmente no meio jovem.
O desejo de se expressar através das palavras atrai os jovens para a produção e leitura de poesias, mesmo que, às vezes,  optem por um caminho que suscita certa polêmica: a música.  Segundo algumas pesquisas, o jovem gosta de poesia, mas prefere ouvi-la através das canções. Tudo bem. Temos composições muito bonitas que remetem à pura poesia.
Tenho tido muito bons resultados na escola  em que leciono. Neste mês de novembro, por exemplo, para o recital de poesias promovido pela instituição de ensino, surpreendi-me com a quantidade e qualidade dos poemas que meus alunos elaboraram para apresentação. Todos os textos poéticos estão sendo digitados e em breve os  postarei aqui com o maior orgulho.
O certo é que a poesia permite  comunicação imediata, numa comunhão de ideias e sentimentos que ultrapassa as fronteiras geográficas e as barreiras da língua.
E foi assim que tomei conhecimento dos belos textos de um jovem poeta português, que a exemplo de muitos dos nossos rapazes brasileiros mergulha nesse mundo maravilhoso do poema, como forma de expressar o que vem do  mais profundo da alma.

Trancrevo abaixo um dos poemas. Por certo o apreciarão.

                                         Reflexo da vida…
         Eduardo Martins

Sentado numa estrela brilhante
Olho o infinito
Minha alma e mente unidas
Reflectem em tudo o que vivem

Como imoral é a felicidade
Nesta vida complicada
E quanto tempo de angústia
De espera por algo melhor
Nesta vida...

Como amarga é a juventude
Se a vida não permitir
Que a possam apreciar

Como é triste o amor
Sabendo que é impossível...
Como é triste a felicidade
Quando passa por ti e tu
A recordas de mãos vazias

Como é triste não amar aquele amigo
Que te compreende
E está sempre a teu lado
Ele que se preocupa contigo,
Esperando as migalhas
Esperando um carinho...
Como é triste ver uma mãe desesperada
Perdendo o seu filho querido
Não gritar por ajuda...
Porque sente que as palavras
Deixaram de funcionar

Como é triste ver
Meninas pequenas terem crianças
Abandoná-las em qualquer lugar
Como se fosse uma simples coisa
E não uma vida preciosa
Como é triste andar
Cego nesta vida
Sem conhecer o Deus vivo
Que lhe dá força para sobreviver
Vejo minha alma meu coração
Juntos nesta dor
Por tudo o que viram
Por tudo aquilo que já sentiram