Enquanto o mundo todo só fala na morte e enterro de Michael Jackson, em Caetanópolis os olhos e mentes se voltam para a eterna Clara Nunes. A morena bonita de sorriso largo, que se tornou uma das maiores cantoras brasileiras, nasceu na região. Depois saiu, cantou e encantou, principalmente quando fazia lembrar as raízes do povo brasileiro.
Nós, educadores, temos o dever de reavivar a memória cultural dos nossos educandos sobre o lugar em que vivem e as pessoas que o marcaram, mas também, de contar aos que chegam tudo que a cidade tem de bom. E Clara, sem dúvida alguma, e sem parecer que é só mais um jogo de palavras, Clara é luz, é brilho, confere luminosidade à cidade de Caetanópolis. Para confirmar isso, basta participar dos festivais que acontecem há quatro anos em agosto, que é o mês do nascimento da artista. A cidade se alegra, colore-se, canta, refletindo também toda a aura de luz da sua homenageada. Acontecem shows, feiras, dança, teatro, festivais de música e várias outras apresentações.
A Secretaria de Cultura lançou, em 2008, dentro dos eventos do Festival Clara Nunes, um concurso de redação em que puderam se inscrever todas as instituições de ensino da cidade. Foi um trabalho muito bom, pois permitiu aos professores levar os alunos a conhecerem e também eles, os mestres, descobrirem mais sobre a cultura caetanopolitana.
Neste ano, estamos mais uma vez nos preparando. Já temos em mãos os temas sugeridos e até 10 de agosto as produções serão entregues. No último dia, ou seja, 16 de agosto, os vencedores receberão seus troféus no palco do festival.
Mas verdade é que sempre que me recordo de Clara, a música que ouço cla-ra-men-te(e não vou retirar essa palavra!), como se ela estivesse cantando assim, bem pertinho de mim, é "Canto das três raças". Essa música parece um hino, mais que um lamento pelo sofrimento ou desabafo. Ela é linda!
Canto Das Três Raças
Clara Nunes
Composição: Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro
Ninguém ouviu
Um soluçar de dor
No canto do Brasil
Um lamento triste
Sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou
Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou
Fora a luta dos Inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou
E de guerra em paz
De paz em guerra
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar
Canta de dor
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador
Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas
Como um soluçar de dor
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