quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Esperança

                             Mário Quintana

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano


Vive uma louca chamada Esperança


E ela pensa que quando todas as sirenas


Todas as buzinas


Todos os reco-recos tocarem


Atira-se


E


— ó delicioso vôo!


Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,


Outra vez criança...


E em torno dela indagará o povo:


— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?


E ela lhes dirá


(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)


Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:


— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

Texto extraído do livro "Nova Antologia Poética", Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 118.
Biografia completa em:
http://www.releituras.com/mquintana_bio.asp

4 comentários:

  1. Como não seguir a quem segue Qintana, o doce poeta da praça? O poeta dos ventos, das ruas escuras, das meninas, dos sapatos floridos e da passargada? Amei seu texto, foi lá no fundo (coração tem fundo?)para o poeta td é possível, quem beija a boca da noite, ouve o grito de silêncio, tudo pode, pra vc minha linda, bjos, bjos, bjosssss

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  2. UAUU MEU QUINTANA, AGORA ESTÁ CORRETO, COMO ERRAR ESTE NOME TÃO SOLENE, COISAS DE QUEM É METIDO A SER POETA, HÓ POETA ANJO, PERDOE ESTE POBRE MORTAL, BJOS, BJOS, BJOSSS

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  3. Os versos de Quintana sempre maravilhosos.
    Agradeço a visita ao meu blogue.
    Irei seguindo este canto de encanto

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  4. Saudades e amei ver seu retorno estava ausente mas voltarei sempre ...obg por deixar marcas profundas em meu coração bj...

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