sábado, 28 de novembro de 2009

Simpósio - GESTAR II - 23 e 24 de novembro

***Deveria ter feito isto há mais tempo, ou seja, explicar  para alguns dos meus  queridos amigos  da blogosfera o que significa a sigla  GESTAR II, para que entendam melhor o que sempre conto por aqui e sei que eles leem com toda atenção e carinho.
O GESTAR II - Gestão da Aprendizagem Escolar - é um programa que  oferece formação continuada em língua portuguesa e matemática aos professores dos anos finais (do sexto ao nono ano) do ensino fundamental em exercício nas escolas públicas. A formação possui carga horária de 300 horas, sendo 120 horas presenciais e 180 horas a distância (estudos individuais) para cada área temática. O programa inclui discussões sobre questões prático-teóricas e busca contribuir para o aperfeiçoamento da autonomia do professor em sala de aula. Há alguns anos tem formado  professores nos diversos estados do país.
Em Minas Gerais,  o Gestar II foi implantado este ano, tendo a adesão da maioria dos municípios.
Cada cidade indicou seus formadores e estes, após cursos de formação na capital ou cidades polo, desenvolviam junto aos cursistas  o estudo, aplicação e análise de resultados. O curso conseguiu aliar teoria e prática, visto que os professores cursistas estudavam os cadernos de teoria e prática (TPs), aplicavam em sala de aula  as atividades sugeridas e nos encontros presenciais com o formador relatavam os resultados.
Os relatos proporcionaram uma troca de experiências e uma socialização de conhecimentos  que enriqueceu sobremaneira  a bagagem do professorado.
Tudo isso foi discutido e mostrado no simpósio de avaliação em Belo Horizonte nos dias 23 e 24 de novembro, do qual participei,  juntamente com professores formadores de todas as cidades que tinham como polo a capital mineira. Banners, slides, fotos, portifólios, e principalmente e lindamente, depoimentos emocionados e contundentes mostraram o quanto ainda existem professores comprometidos com a educação  nesse nosso país.
Foi impossível evitar a redundância: o material e a proposta do programa são excelentes. O tempo todo durante o simpósio foram essas  as falas norteadores das apresentações dos resultados, acompanhadas da constatação de que  já se pecebe maior desenvolvimento na aprendizagem dos  alunos.
Mas não seremos professores, mestres, se não formos fiéis nos relatos também dos percalços que encontramos nessa caminhada, nessa perspectiva de ajuda com a qual o GESTAR II nos acenou.
No primeiro encontro(04/2009), os  formadores da região da grande BH foram separados em duas turmas, seguindo a ordem alfabética. Como formadora da cidade de Caetanópolis, fiquei na turma das cidades da letra A até a  N. Iniciamos nossa formação com a professora Cátia da UnB. Durante uma semana, estudamos, debatemos, fizemos oficinas e retornamos para nossas cidades com a grande responsabilidade de fazer o GESTAR II acontecer. Tínhamos a informação de que ainda teríamos mais dois encontros de formação na capital, e isso, mais a certeza de que receberíamos as orientações da nossa professora da UnB, dava a segurança necessária para a realização das propostas do programa.
Na verdade, as orientações foram muito poucas durante o período, e quase nos dias de viajarmos novamente para Belo Horizonte para a 2ª etapa,  tivemos a notícia da troca de professora.
Fomos para o 2º encontro sem saber sequer quem estaria conosco e só fomos conhecê-la e saber o nome no primeiro dia do encontro. A Cida da UnB fez um ótimo trabalho e ouviu nossas dúvidas não solucionadas, orientando-nos muito bem. Mais uma vez voltamos para nossos municípios para continuar com os trabalhos e foi mais um período sem comunicação com a formadora dos formadores.
3ª etapa de formação dos formadores: simpósio de avaliação do GESTAR II nos municípios. As informações de que teríamos outra professora não chegaram a todos os cursistas e acabamos, mais uma vez, apoiando-nos uns nos outros.
Foi um  lado positivo do curso, pois a turma se uniu desde a primeira etapa. Visto que nos sentimos um pouco abandonados, com dúvidas a serem solucionadas, sem saber a quem recorrer, ou melhor, recorremos  uns aos outros, ajudando-nos. Cada formador comunicou-se da melhor maneira que pôde e fez o GESTAR II acontecer, apesar das trocas consistirem em 3 professores da UnB em alguns meses.
Que fique claro que não tenho nada a reclamar das professoras que estiveram conosco na 2ª e 3ª etapa. Elas nos proprocionaram ótimas reflexões e esclareceram muitas dúvidas que levamos para o encontro, visto não termos respostas anteriormente.
Nossa terceira professora foi a Rosa, muito eficiente e objetiva, a ela foi dada a difícil tarefa de avaliar um curso que ela não acompanhou, de formadores que ela não conhecia, pois como já mencionei antes, muitos não foram informados da substituição e não puderam enviar um e-mail ou nome do blog para assistência.
O certo é que os fornadores dessas cidades são lutadores, não se deixaram abater e o GESTAR rendeu frutos. Pena que nem todos os formadores tenham feito blogs, mas quem os ouviu relatar  em BH sabe do que falo.
Em meio a relatos de acolhida e incentivo, de grandiosos  esforços dos cursistas e desenvolvimento dos alunos, amadurecimento, mudança de postura de diversos profissionais, ouvimos, porém,  tantos outros  fatos incoerentes quanto se fala em educação: Secretarias de Educação que deixaram os formadores sozinhos a "se virar' para manter o curso, sem espaço ou equipamentos; dirigentes escolares que agiram contraditoriamente à função e só conseguiram mostrar mesquinharia em atitudes ultrapassadas e ditatoriais e, infelizmente, professores que se recusaram a ser  cursistas sem um motivo aparente.
Outro ponto que me levou  a refletir é a separação visível entre a área municipal e a  estadual de educação. Foram poucas as cidades em que houve adesão das escolas estaduais ao curso. Precisamos urgentemente quebrar essas barreiras, essa segmentação que nos faz pensar e  até mesmo atuar  como se estivéssemos em mundos opostos a lidar com alunos de realidades totalmente diferentes.
Em Caetanópolis, não há do me queixar, pois tive todo o apoio e incentivo da SME e dos dirigentes escolares. As professoras de Língua Portuguesa se inscreveram e concluíram o curso com responsabilidade e interesse
Bem... Não posso deixar de falar da tal bolsa do FNDE. Todos sabem que foi aprovada a resolução que concede uma bolsa (auxílio) de 400,00  para os professores formadores. A bolsa seria uma ajuda  para comprarmos livros e nos prepararmos melhor para o curso. No entanto,  até hoje nem "vimos o cheiro" desse dinheiro. Isso é Brasil, gente! Enquanto políticos ganham salários exorbitantes, recebem auxílio para  "isso e aquilo", os professores fazem trabalhos extraclasse e extraturno, como o GESTAR II, e o auxílio não chega. Desde abril estamos trabalhando, atuando e já é praticamente dezembro! Cadê a bolsa?
Parabéns, colegas, formadores, pelo empenho e superação das dificuldades. Senti que fiquei devendo essa fala a vocês.  Continuaremos com o programa nos próximos anos, como foi dito por todos em Belo Horizonte e seguiremos nos comunicando.
Aprendi muito com vocês todos.
Abraços,
Cida dos Santos.

4 comentários:

  1. Amiga seu blog é nota 10. Estarei sempre ti visitando. Um abraço de Manoel Limoeiro de Recife-PE.

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  2. OI AMIGA ESPERO APRENDER MUITO COM VOCÊ....
    BEIJO

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  3. Não podemos mesmo nos calar. O Gestar II é um programa encantador. Não podemos deixar que ele caia no abismo das mesquinharias daqueles que pensam que são donos de tudo. O Gestar é um sonho se transformando em realidade através do nosso trabalho e do nosso compromisso. Nós, que amamos o Gestar II, sabemos do que tu estás falando.
    Abraços da Silvia.

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  4. Cida,

    Estava aguardando sua avaliação por e-mail e tive a felicidade de encontra-la postada em seu blog!
    Parabéns pelo excelente trabalho.
    Não se afaste! Espero que continuemos a nos falar por e-mail.
    Afetuoso abraço,
    Rosa Maria
    formadora UnB

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